O seminário que reuniu na manhã de terça-feira, 22/03, no auditório do Campus Multi-institucional, Humberto Teixeira em Iguatu, mais de 170 participantes de entidades governamentais, de juventude e movimentos sociais, para debater a campanha realizada no estado pela Caritas-Ceará com o tema “Água Nossa de Cada Dia” que surgiu da necessidade e vontade de compartilhar indagações sobre as várias facetas da crise hídrica e apontar caminhos possíveis para o uso sustentável da água, como os que já são realidade por meio das práticas de convivência com o Semiárido.

O evento no Iguatu foi realizado pelo Fórum Microrregional Pela Vida no Semiárido de Iguatu, (FMVSA), Caritas-Iguatu, Caritas-Ceará, Instituto Elo Amigo, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará, FETRAECE e Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC).

O Bispo, Dom Edson de Castro Homem, celebrou a abertura do evento e destacou o tema da campanha da fraternidade “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”, que segundo o Bispo, vem para fortalecer as ações da campanha de 2015 e ampliar a participação popular histórica da igreja na melhoria do cotidiano das pessoas.

O evento contou com os debatedores convidados, Soraya Tupinambá que falou sobre o tema “Água para quem”, ressaltou a importância de se ter um olhar mais sensível para as bacias hidrográficas do Ceará que estão muito abaixo do normal, “afinal de contas são 5 anos de estiagem e os órgãos oficiais continuam liberando água para o agronegócio que tem se beneficiado com mais de 72% da água nesse período”, disse ela. O segundo debatedor, Padre Vileci, do Crato, explanou o tema “Direito a Água”, questionou bastante a necessidade da água ser um bem livre e não vendida como ela é hoje, “á água é um presente de Deus ao planeta, a humanidade se apossou e capitalizou seu uso, deixando os pobres com difícil acesso a ela e isso precisa mudar”, disse. O último debatedor, Claudiano Sobral falou sobre “Convivência e preservação”, trouxe uma linha de raciocínio necessário para quem quer sobreviver no semiárido brasileiro e destacou que a água tem dono e a que nos resta é a que cai do céu, “no semiárido é necessário armazenar a água da chuva, até pelas etapas do ano, uma hora chuvoso e outra hora seco, o prevenido consegue conviver melhor a esses períodos e é isso que é preciso aprender”, afirmou.

Na sequencia foi aberto o debate para os participantes que só fortaleceu a ideia da água ser um bem de todos “o capitalismo ganha dinheiro com tudo, até com a sede das pessoas, ela promove lucro para poucos e num bom entendimento é preciso visualizar isso e promover debates como esse para dar essa visão, e quem sabe uma opção de mudar essa realidade”, lembrou, João Paulo do Levante Popular da Juventude de Iguatu.

Outro participante que destacou a necessidade do homem cuidar dos rios e trazendo a nossa realidade local, Cícero Correia Lima (Neto Braga), que vem mobilizando várias entidades sociais, escolas e formadores de opinião a pouco mais de 3 anos em torno da preservação das águas e da historia do Rio Jaguaribe, frisou a necessidade das pessoas preservarem e saberem da onde elas vem “já tenho falado sobre a importância da água a muito tempo, e o nosso Rio Jaguaribe hoje é um deposito de lixo que precisa ser salvo e vamos fazer isso enquanto iguatuenses e brasileiros, por que o homem com “H”, honrado e honesto, pensa em todos e não só em si”, disse Braga.

O evento terminou com o Padre Anastacio, de Iguatu, fazendo uma mística e convocando as pessoas a irem para a rua vigiar a democracia “Os tempos de chumbo ameaçam voltar e se voltar, até momentos como esses não serão mais possíveis, por isso meu povo de Deus, vamos para a rua”, convidou o Padre.

Acesse o site da campanha: http://aguanossadecadadia.org.br

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