Entre os dias 7 e 9 de março o Instituto Elo Amigo recebeu a visita da Fundação Social Defensores Del Chaco. O grupo é formado por jovens e educadores que estão viajando pelo Nordeste brasileiro com o apoio da Fundação Kellogg para fazer intercâmbio com entidades e jovens que desenvolvem projetos na área de esporte

Ja imaginou se o futebol de rua começasse a ter uma finalidade transformadora e social? Se eles deixassem de ser somente momentâneos? Isso já está acontecendo. O esporte e todo o seu poder de envolver a diversidade de culturas está ajudando crianças e jovens no seu desenvolvimento pessoal e de suas comunidades.

Entre os dias 7 e 9 de março o Instituto Elo Amigo recebeu a visita da Fundação Social Defensores Del Chaco. O grupo é formado por jovens e educadores que estão viajando pelo Nordeste brasileiro com o apoio da Fundação Kellogg para fazer intercâmbio com entidades e jovens que desenvolvem projetos na área de esporte. A Fundação Social Defensores Del Chaco tem uma metodologia de incentivo à prática do Futebol de Rua para crianças e jovens de ambos os sexos. Segundo o coordenador social, Fernando Leguiza, os Defensores acreditam que o esporte é um meio de integração social, gera espaços de comunicação e intercâmbio e quebra as barreiras das diferenças sociais. Fernando ressalta que essa troca de experiência faz com que os jovens envolvidos pensem nas suas vidas e no esporte, particularmente o futebol: “Não queremos trabalhar com os jovens para serem profissionais e sim para ter um envolvimento social e transformador”, comentou.

O grupo visitou vários projetos e um deles foi o projeto “Futuro Cidadão” do jovem Francisco Bezerra, no sitio Cajás (Iguatu), que há pouco mais de 11 meses vem desenvolvendo a prática do futebol que envolve mais de 100 participantes entre meninos e menina. O destaque do projeto é o acompanhamento escolar, pois para que a criança possa participar precisa estar freqüentando a escola.

Outro objetivo dos visitantes era conhecer a cultura local, porque, segundo eles, há uma demanda forte de ações de cultura em seus projetos. A programação contou ainda com visitas ao Cine Teatro, que está em fase final de construção, praças e ao Açude Trussu, tudo em Iguatu. “Achei tudo muito fantástico, passamos em Pernambuco, em Aracati (CE), e estamos indo para o Maranhão, mas tenho que dizer que aqui no Ceará, vi experiências que nunca vou esquecer, e os amigos que fiz aqui, espero todos lá na Argentina”, falou Matias, jovem da Fundação Defensores Del Chaco.

Durante a visita, na manhã de quinta-feira, próximo ao Sebrae-Iguatu, houve um jogo na rua envolvendo equipes locais com homens e mulheres jogando juntos. “Não importa o local, com traves ou sem traves, tudo dá pra improvisar, homens, mulheres e crianças todos juntos, porque o que importa em tudo isso é a diversão e o respeito ao próximo. Ninguém é diferente de ninguém, por isso, lá na Argentina, temos ligas de Futebol de Rua (Futebol Callejero)”, comentou Ezequiel, do Defensores.

Ainda na quinta-feira, os Defensores tiveram um encontro com representantes dos Fóruns de Juventude de Iguatu, Acopiara, Jucás, Óros e Quixelô para conhecer como os Fóruns funcionam e saber quais políticas a juventude da região busca. A representante do Diretório Acadêmico da Universidade Regional do Cariri (Urca-Iguatu), Wanessa Kelly, disse que os Fóruns vem proporcionando às entidades e jovens envolvidos uma integração e partilha de conhecimento e lembrou que isso não acontecia antes. Segundo ela, hoje os fóruns estão unidos na campanha de implantação de uma universidade pública para a Região Centro Sul, encabeçada pela UNIDUS. A idéia da campanha surgiu quando houve o conhecimento da implantação de uma faculdade e seis cursos na região do Cariri, além de quatro cursos no município de Sobral, enquanto que Iguatu, que está localizado em uma região carente de ensino superior, não será atendido com o programa de expansão universitária do governo. Os Argentinos ficaram surpresos com a união dos jovens pela causa e lembraram que ela afeta não só o Brasil, mas a Argentina que vive uma situação semelhante.